Dublagem de games cresce no Brasil

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O Brasil está entre os 15 maiores países no mercado que cresce de game no mundo e essa demanda faz com que os produtores prestem mais atenção no público brasileiro. A dublagem para o português acaba sendo um segmento que cresce bastante, pois para o jogador é importante ter uma imersão no jogo e a dublagem deixa isso muito mais vivo.
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Conheça o processo de dublagem para um game do Brasil

O processo em si começa apenas depois que o jogo teve a produção de seu script e parte da arte desenvolvida. As empresas brasileiras de dublagem fecham os contratos com as gigantes internacionais e recebem esse material das distribuidoras ainda durante o produção do game. Elas analisam os personagens e as falas, buscando os elementos essenciais em cada um e “abrasileirando” o diálogo para que soe natural aos ouvidos tupiniquins. Há também um cuidado com a análise do timbre de voz do ator original de cada personagem, pois algumas das falas secundárias – reações, gritos, suspiros – nem sempre são traduzidas.

A partir daí, os produtores de áudio fazem uma pré-seleção de atores que se encaixem nos parâmetros definidos – especialmente timbre de voz – e partem para o casting, convidando diversos artistas a interpretarem algumas falas dos personagens. Isso dura algumas semanas, até que todo o elenco esteja definido.

O passo seguinte é pôr a mão na massa, gravar linha por linha. Produções titânicas, como o recente Battlefield 4, podem levar semanas de trabalho ininterrupto até que a primeira versão de cada fala esteja pronta, e ainda é preciso considerar o equipamento: nem sempre o microfone comum é a melhor opção. Para jogos de esporte, por exemplo, os atores que atuam os jogadores em campo usam microfones em gruas, distantes de sua bocas, para simular a ressonância de um campo aberto. Os comentaristas, por outro lado, usam aqueles headphones gigantes para gravar suas falas, pois a acústica desse tipo de equipamento é facilmente perceptível.

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Foto: Reprodução/ Paulo Vasconcellos

Para tornar a experiência do game convincente, os atores precisam até mesmo simular as ações dos personagens enquanto gravam as falas, seja pulando, correndo ou se abaixando. “Um dos melhores profissionais brasileiros é o André Ramiro, que fez Battlefield 4 com a gente. Tinha uma cena em que o personagem dele arrombava uma porta com o pé, e ele quase quebrou a parede do estúdio enquanto refazíamos aquela fala”, explicou Werneck.

A edição de toda essa captação é um processo igualmente demorado, e pode levar também muitas semanas, pois é exigência da maioria dos estúdios que as sonoras tenham exatamente a mesma duração de onda que as originais, em fidelidade milimétrica. Cada passo, cada suspiro, cada fala tem um arquivo sonoro próprio que precisa ser normalizado, pois cabe à engine do jogo aplicar efeitos de ambiente sobre elas.

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Gravados e editados, os sons são enviados para os desenvolvedores do jogo, que gastarão um bom tempo analisando linha a linha do traduzido. As falas rejeitadas começam a voltar em pacotes para serem refeitos. Na maioria das vezes, o problema é de sincronização, e não de atuação, pois este é um critério de avaliação muito mais fácil, especialmente por ouvidos forasteiros. As regravações acontecem da mesma forma que as da primeira fase, geralmente com mais agilidade e mais cuidado. Com a segunda fase concluída, fica a cargo das desenvolvedoras colocar os arquivos de som e texto alterados dentro do jogo – a participação dos dubladores acaba aí.

Fontes: Globo News e Techtudo

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