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Interpretando personagens críveis

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1- Comprometa-se com o papel.

Um ator não deve reescrever o roteiro para tornar o personagem “mais agradável”, modificar as falas ou transformar o personagem em uma versão de si mesmo. Você foi contratado para interpretar um personagem que é real dentro do mundo da peça ou do filme. Você precisa agir como parte de uma equipe, que é composta por muitos outros profissionais, para que o resultado final seja bom.

  • Não tenha vergonha por algo que o personagem está fazendo: lembre-se de que você está atuando. Não transparecer realidade em cenas difíceis, nojentas ou violentas fará com que o público não acredite no que está vendo.
  • Os melhores atores se comprometem com os papéis. Já se perguntou por que o Tom Cruise é um astro do cinema de ação até hoje? Ele sempre se compromete com os papéis e demonstra energia ao interpretá-los, não importa se a situação é bizarra ou cômica. Nunca negligencie a leitura do roteiro, ela é muito importante.
  • Comprometer-se significa fazer o que for preciso para representar o personagem de modo realista, não do modo que acha que fica mais bonito.

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2- Aprenda a reagir.

Por mais que muitas pessoas não concordem que atuar é um modo de reagir, as reações são importantes enquanto se está aprendendo sobre atuação. Você precisa manter o foco na fala do outro personagem, ouvindo-o como se estivesse conversando com um amigo da vida real. É necessário estar pronto para responder a qualquer situação de modo honesto e na voz do personagem, mesmo se você não for a atração principal da cena.

  • Não saia do momento! Pare de pensar na cena seguinte ou no fato de ter errado alguma fala na cena anterior.
  • Um ótimo exemplo disso é o ator Charlie Day na série It’s Always Sunny in Philadelphia. Mesmo quando ele não tem falas, o personagem não para de se expressar facial e corporalmente. Ele se compromete com a energia imprevisível do personagem.

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3- Tente manter uma postura consistente.

A postura não apenas faz com que o personagem pareça mais confiante, mas permite que você entre na vida dele. Sua postura faz uma grande diferença: um personagem fraco costuma andar mais curvado e afastado dos outros, enquanto um personagem heroico mantém a cabeça erguida e a coluna reta, por exemplo.

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4- Dite a energia da cena com seu ritmo e volume.

Às vezes, pode ser tentador soltar todas as falas de uma vez, sem pensar muito, mas isso compromete todas as nuances do papel. Permita-se ritmar e dar volume ao estado interno do personagem.

  • Os personagens nervosos e assustados costumam falar apressadamente.
  • Os personagens com raiva elevam a voz e falam mais devagar (quando querem esclarecer algo) ou mais rápido (quando estão explodindo).
  • Os personagens felizes tendem a falar rápido e com um volume uniforme ou crescente.
  • Variar o ritmo e o tom de voz de acordo com a cena é um ótimo modo de demonstrar mudanças e reações aos eventos da trama.

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5- Experimente enfatizar algumas falas.

Considere todo o subtexto do diálogo e enfatize-o de acordo com isso. Pense na palavra mais importante da frase para destacá-la. Por mais que isso não pareça tão importante, a ênfase pode transformar as coisas que você diz. Dizer “Eu amo você” tem uma conotação diferente de “Eu amo você“, por exemplo.

  • Este é outro ponto em que você pode se inspirar em atores famosos. Procure por roteiros de filmes que nunca assistiu, escolha um personagem e leia algumas das falas dele. Ao assistir o filme, compare o modo com o qual o ator disse essas falas: lembre-se de que não há um modo errado de dizer as falas do personagem, mas você poderá perceber algumas nuances da ênfase.

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6- Respeite o roteiro.

Não há problema em improvisar algumas palavras, mas você deve ater-se ao roteiro o máximo possível, a menos, é claro, que seja instruído pelo diretor para improvisar tudo. Você nunca sabe se alguma palavra fará uma ligação entre cenas ou se o diretor deseja que a frase seja dita do modo exato do roteiro, por exemplo. Na dúvida, siga o roteiro. Caso a ideia seja improvisar ou mudar a fala, alguém da equipe o instruirá quanto a isso.

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7- Esqueça a câmera e o público.

Reagir ou sequer reconhecer a presença do público fará com que você saia do personagem, pois ele normalmente não deve saber que faz parte de uma peça. Você pegará isso com o tempo, mas um modo de se preparar é simplesmente entrar na frente da câmera: no momento em que a notar ou sentir estar sendo observado, não demonstre reação.

  • As equipes mais experientes evitarão o contato visual com você durante uma cena, por mais que esse contato seja natural. Tente ajudar seus colegas de cena fazendo o mesmo quando não estiver atuando.
  • Perceba as coisas que faz durante o nervosismo. Evite mexer no cabelo ou bater os pés, por exemplo. Controle-se respirando fundo e tomando um gole d’água.

Agatha Christie – Sua vida e obras

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Agatha Christie foi uma romancista, contista, dramaturga e poetisa. Segundo o Guiness Book, Christie é a romancista mais bem sucedida da história da literatura popular mundial em número total de livros vendidos, uma vez que suas obras, juntas, venderam cerca de quatro bilhões de cópias ao longo dos séculos XX e XXI, cujos números totais só ficam atrás das obras vendidas do dramaturgo e poeta William Shakespeare e da Bíblia. Segundo a organização Index Translationum, as obras de Agatha Christie já foram traduzidas, em levantamento recente, para mais de 100 idiomas em todo o mundo.

Se destacou no subgênero romance policial, tendo ganho popularmente, em vida, a alcunha de “Rainha/Dama do Crime” (“Queen/Lady of Crime”, no original em inglês). Durante sua carreira, publicou mais de oitenta livros, alguns sobre o pseudônimo de Mary Westmacott.

Nascida Agatha Mary Clarissa Miller na Inglaterra no dia  15 de setembro de 1890, faleceu também no Reino Unido, no dia 12 de janeiro de 1976.

Seu livro mais vendido, Ten Little Niggers (publicado no Brasil como “E Não Sobrou Nenhum”, ou “O Caso dos Dez Negrinhos”, e em Portugal como “Convite para a Morte” ou “As Dez Figuras Negras”), de 1939, é também, com cerca de 100 milhões de cópias comercializadas em todo o globo, a obra de romance policial mais vendida da história, além de figurar na lista dos livros mais vendidos de todos os tempos, independentemente de seu gênero.

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Em 1971, foi condecorada pela rainha do Reino Unido, Elizabeth II, com o título de “Dame” (Dama) do Império Britânico, uma honra que consiste no equivalente feminino ao sir. No total, escreveu setenta e dois romances, sendo sessenta e seis deles do gênero romance policial e inúmeros contos, reunidos em quatorze coletâneas. É constantemente referida por seus emblemáticos personagens, incluindo o detetive belga Hercule Poirot e a idosa detetive amadora Jane Marple, ou Miss Marple.

NO TEATRO

Agatha Christie escreveu muito mais do que só literatura policial, a escritora já publicou seis romances, dois livros de poesias, um livro infantil, duas autobiografias, e já foi dramaturga. Além de sua peça The Mousetrap (“A Ratoeira”), que é a peça há mais tempo em cartaz no mundo, a autora também escreveu a peça Witness for the Prosecution (“Testemunha de Acusação”). Embora não tenha tido tanto sucesso como “A Ratoeira”, ambas as peças ainda podem ser vistas, desde os grandes teatros de Londres, até às escolas secundárias dos Estados Unidos, e até mesmo Ten Little Niggers, ganhou sua versão teatral sob o título de Ten Little Indians.

De todas as peças de teatro sobre livros de Agatha, apenas três não foram adaptadas pela própria autora: Alibi, Peril at End House e Murder at the Vicarage.

A primeira, uma adaptação de The Murder of Roger Ackroyd, foi encenada pela primeira vez em 1928, com direção de Sir Gerald du Marier, tendo Charles Laughton como Poirot. Agatha, não aprovando a peça, resolveu a partir de então escrever suas próprias peças de teatro. A primeira peça escrita pela própria Agatha, Black Coffee, em 1930, fez tanto sucesso que no ano seguinte foi adaptada para o cinema, com Austin Trevor interpretando Poirot, porém sem o tradicional bigode do detetive (Trevor, já havia interpretado Poirot na versão cinematográfica de Alibi).

Depois disso, em 1940, Arthur Ridley adaptou Peril at End House para o teatro, com Francis L. Sullivan como Poirot. E em 1949, The Murder at the Vicarage (adaptação do romance homônimo), entrou em cartaz no Playhouse Theatre.

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Alguns anos depois, entrou em cartaz Love from a Stranger, baseado no conto Cottage Philomel, da coletânea The Listerdale Mystery (O Mistério de Listerdale), uma peça que se tornou filme no ano seguinte ao seu lançamento com Basil Rathbone como protagonista. O primeiro filme sobre uma obra de Agatha a ser inteiramente produzido na Inglaterra, em 1943, Ten Little Niggers ganha a versão teatral, porém com um final diferente do livro.

Nos EUA a peça teve o nome alterado para Ten Little Indians, para Agatha era um exagero dizer que o título (por conter o termo Nigger, forma chula de se referir aos negros em inglês) fosse preconceituoso, já que se referia a uma canção de ninar que existia na cultura inglesa já havia mais de 100 anos. 

Murder on the Nile estreou no Ambassadors Theatre em 1949. Nos Estados Unidos, a peça também teve o título alterado para Hidden Horizon. Em 1951, estreou a peça The Hollow, que, ao contrário do romance original, não era protagonizado por Hercule Poirot, uma vez que Agatha dizia ter estragado o romance com a presença de Poirot, e que não cometeria o mesmo erro na peça. Em 1952, a obra-prima de Agatha no teatro, The Mousetrap (A Ratoeira), estreou no Ambassadors Theatre, e foi transferida em 1974 para o St. Martin’s Theatre; o título original era Three Blind Mice. “A Ratoeira” foi escrita a pedido da família real britânica, para homenagear o 80º aniversário da Rainha Mary, e foi transmitida ao vivo pela BBC. A peça foi adaptada para um pequeno livro, intitulado Three Blind Mice and Other Histories (A Ratoeira e Outras Histórias, inicialmente publicado apenas nos EUA.

 

FONTE: Portal dos Atores